DLJ: Como construir uma carreira com as plataformas de streaming

Hoje, DLJ vive da música. No entanto, se sua rápida ascensão faz algumas pessoas sentirem um pouco de inveja, é importante ressaltar que o seu sucesso não aconteceu por acaso. Por isso, elaboramos algumas perguntas para aprender mais sobre sua jornada.

Como foi o nascimento e a ascensão do projeto DLJ?

Eu toquei piano durante dez anos no ambiente clássico, o que me trouxe cultura e um bom ouvido musical, mas a história do DLJ, da batida e da composição era um mundo totalmente diferente.

Em 2016, eu terminei o bacharelado em Music & Sound Technologies em Portsmouth, na Inglaterra. Nesse tempo, eu experimentei vários estilos de produção, como hip hop, synthwave, house. Fiquei realmente viciado em hip hop e em boom bap e aos poucos eu fui descobrindo o mundo do "lo-fi", todas estas faixas sampleadas a partir do vinil, que passaram por samplers como o SP404, ou que foram produzidas com MPC 2000XL.

Tornou-se uma paixão descobrir este mundo que não era necessariamente meu, cultural e ritmicamente!

Estava longe das minhas referências que vinham do rock e do que eu conhecia (Queen, Pink Floyd, Janis Joplin, Fleetwood Mac, etc...). Descobri J Dilla, Nujabes, Knxwledge, Ras G, Flying Lotus e tantos outros, assim como a nova cena lo-fi no Soundcloud. Lancei meu primeiro álbum lo-fi em 2017, seguido por vários singles, que hoje têm milhões de ouvintes no Spotify.

E essa ascensão não veio do nada: desde o início do DLJ, eu estava trabalhando em outras coisas. Eu trabalhava como apresentador de rádio, compositor de trilhas e designer de som para várias produtoras audiovisuais.

Foi somente em 2019 que pude me dedicar ao projeto DLJ. Eu tinha um trabalho como designer de som que tive que deixar de lado para me dedicar 100% a essa nova aventura. Eu gostava do que estava fazendo, mas apareceu a oportunidade de viver apenas da minha música. Meu empregador foi muito compreensivo e me apoiou na minha decisão, então eu aproveitei essa chance única.

"Eu entendi rapidamente que era possível viver da minha música, especialmente dos royalties. Eu também percebi que o caminho era longo e que dependia da qualidade e da comunicação em torno dos projetos".

Como a iMusician te ajudou nessa aventura?

Foi o meu amigo Smilin Beats, que é engenheiro de som e masterizou meu primeiro álbum, quem me falou sobre a iMusician. Quando eu perguntei se ele conhecia uma distribuidora para meu primeiro projeto musical, ele me disse que a iMusician era séria e que tinha um serviço pós-venda em francês, já que eu também precisava de ajuda para meu primeiro lançamento digital.

Eu troquei alguns e-mails com os gerentes da iMusician e eles me guiaram durante os primeiros meses dos meus lançamentos. Eles me deram as informações necessárias para que eu pudesse preencher os formulários no site (um salve para a Selma e para o Jordan).

Eu entendi rapidamente que era possível viver da minha música, especialmente dos royalties. Eu também percebi que o caminho era longo e que dependia da qualidade e da comunicação em torno dos projetos.

Como você conseguiu que suas músicas tocassem tanto nas plataformas?

Eu não previ o sucesso nas plataformas de streaming, mas também não veio do nada! Meu primeiro álbum "Flying Leaf" tinha recebido 1500 ouvintes durante o ano de 2017. Eu não lancei um álbum novo por vários meses e minha promoção musical tinha sido bastante limitada.

Eu só fui perceber que eu estava construindo uma rede de contatos com os singles e que o marketing musical e o boca-a-boca eram muito importantes. Assim, lentamente passei de 100 ouvintes por mês para oito mil nas plataformas de streaming, o que ajudou foi o apoio dos curadores de playlists e o lançamento sucessivo de singles.

Então, eu lancei uma faixa chamada "Let Me Know" sob o selo parisiense Hip Dozer, que me levou a outro marco de vinte mil ouvintes por mês por meio de sua playlist no Spotify. Fiquei emocionado ao ver este desenvolvimento e depois recebi minha primeira playlist editorial do Spotify, em outubro de 2018. Essa playlist fez com que a minha faixa "Blue Shades" saltasse para vários milhões de ouvintes e me rendeu muitos fãs novos. Depois continuei trabalhando na minha rede de contatos, na comunicação e no lançamento regular de singles, sem me pressionar para não perder qualidade.