O que é Produção de Música Eletrônica e Como Começar

Produtores de música eletrônica estão entre os tipos mais comuns de produtores musicais. Eles trabalham com vários programas de software (DAWs), instrumentos eletrônicos e outros equipamentos para moldar e manipular sons, incorporar samples, criar batidas e loops, e aplicar uma ampla gama de efeitos de áudio para produzir músicas. Embora o uso de sons existentes seja comum na produção de música eletrônica, muitos produtores criam seus próprios sons do zero.

O papel de um produtor de música eletrônica é amplamente versátil, pois envolve tanto o lado criativo quanto o técnico. Os produtores podem usar sua criatividade em ascensão enquanto aprendem a operar softwares e equipamentos de produção. Eles podem trabalhar para si mesmos ou produzir a música de outros artistas. Aqueles que criam sua própria música e a levam para o palco muitas vezes são chamados de DJs/Produtores.

Agora que entendemos o papel de um produtor de música eletrônica, vamos nos aprofundar em seu processo criativo.

A inspiração inicial desempenha um papel importante não apenas antes de produzir uma faixa, mas geralmente antes de seguir uma carreira como produtor. Identificar o tipo de gênero e músicas que se deseja produzir deve proporcionar um caminho profissional mais claro.

Na fase inicial, criatividade, visão e pesquisa profunda são os principais fatores. Eles ajudam o produtor a determinar o tempo, conceito e humor da faixa, além de decidir quais sons e instrumentos utilizar. Muitas vezes, sons ou melodias únicas que se ouve ou se compõe mentalmente podem ser a faísca de inspiração necessária. No geral, a fase de inspiração estabelece a base para todo o processo de produção.

A seleção de sons envolve o processo de busca por sons adequados (por exemplo, presets, samples) e sua montagem. O design de som pode ser definido como a prática de desenvolver, manipular ou gravar elementos de áudio. Durante a fase de seleção de sons, design de som e sampling, um produtor começa a transformar sua visão e conceito em realidade. É aqui que a criatividade se entrelaça com as habilidades técnicas, com o produtor utilizando sintetizadores, software de composição e outros instrumentos para manipular samples.

No início de sua jornada de produção, você pode experimentar mais à medida que mergulha na ampla variedade de sons que pode encontrar ou criar. Com o tempo, o processo de design de som pode se tornar mais intencional, com você buscando um som específico. No entanto, toda sessão pode resultar em sons totalmente novos e acidentais. E não é raro que os sons mais aleatórios às vezes levem à criação das músicas mais icônicas!

Os sons únicos que você encontra ou cria durante o processo de design de som se tornarão a base da sua futura faixa. Depois de tê-los, o próximo passo é compor a música. O ato de compor inclui escrever os elementos principais da melodia, harmonia, ritmo e letras. Uma vez que estejam registrados — seja na forma de uma partitura, cifra ou diretamente no DAW, como é mais comum na música eletrônica — o resultado desse processo, também chamado de composição musical, se torna a propriedade intelectual do compositor, o que significa que é protegido por direitos autorais.

Dependendo de suas necessidades, um produtor pode compor sua música usando uma variedade de instrumentos. Esses podem incluir teclado, guitarra, bateria e outros equipamentos, como um mouse e controlador MIDI. Geralmente, não há regras ou limitações para compor uma música. Quando se trata do estilo de escrita, muitos produtores de música eletrônica optam por uma escrita baseada em loops, que se baseia em segmentos curtos repetidos para criar seções maiores ou até mesmo músicas inteiras. O estilo baseado em loops geralmente requer transições interessantes e o uso de efeitos para tornar a música viva, incomum e, se possível, instigante.

Uma vez que o núcleo das músicas está composto, o produtor passa para a prática de arranjo, que inclui o design da estrutura ampla e do layout da música. Diferente de gêneros como pop e rock, uma faixa eletrônica típica não segue limites rígidos ou estruturas definidas, como: primeiro verso → pré-refrão → refrão → segundo verso → pré-refrão → refrão → ponte → refrão → final.

Os produtores de música eletrônica tradicionalmente se concentram mais na "dinâmica" de suas músicas, o que significa as variações emocionais, atmosféricas, estruturais e tonais. Um elemento-chave de muitas músicas eletrônicas é o drama e a tensão que gradualmente se constroem até atingir um clímax musical e a subsequente liberação. Além disso, as faixas de música eletrônica muitas vezes são organizadas de maneira a permitir que os DJs as incluam em seus sets. Este é um dos motivos pelos quais as faixas são geralmente longas e muitas partes são estendidas.

A mixagem e a masterização são as etapas finais antes de se alcançar a versão definitiva de uma faixa. Mixagem refere-se ao processo de ajuste dos níveis e frequências de cada som para criar uma mistura coesa, equilibrada e agradavelmente audível. A masterização, por sua vez, envolve aprimorar a mixagem final e adicionar os últimos retoques para garantir que a gravação soe bem em diversos tipos de mídia e sistemas de reprodução.

Essa fase requer um alto nível de expertise técnica, além de um bom ouvido para a qualidade do som. Também é importante destacar que essas atividades não precisam ser realizadas necessariamente pelos próprios produtores. Em vez disso, elas podem ser feitas por engenheiro(s) de mixagem e masterização, que aprimoram e fortalecem a versão da faixa criada pelo produtor.

Uma vez que a faixa está concluída, geralmente é necessário distribuí-la para que esteja disponível em várias plataformas (a menos que seja uma plataforma em que você possa fazer o upload diretamente, como o SoundCloud). Você pode escolher entre uma variedade de distribuidores, como o iMusician, para colocar sua faixa eletrônica em serviços de streaming e download de música, como Spotify, Apple Music, Deezer, Beatport e TraxSource.

No entanto, a distribuição não é o último passo na jornada de uma faixa. Para atrair ouvintes e gerar streams e downloads, é necessário promover a faixa utilizando várias estratégias de marketing. Essas podem incluir métodos tanto offline quanto online, como campanhas em redes sociais, anúncios patrocinados, marketing com influenciadores, entre outros.

Reunir o arsenal musical certo (ou seja, equipamentos) é fundamental para a produção de música eletrônica. Afinal, a música eletrônica, em sua essência, gira em torno de tecnologias digitais e instrumentos e ferramentas artificiais. Felizmente, você não precisa de muito para começar sua jornada de produção.

Um bom computador (que funcione sem problemas), uma estação de trabalho de áudio digital (DAW) de sua escolha e um par de fones de ouvido de alta qualidade são suficientes. Lembre-se de que a produção de música eletrônica muitas vezes se resume a tirar o máximo proveito dos recursos disponíveis, especialmente nas fases iniciais.

Um computador que funcione bem

O computador que você usa é o núcleo do seu processo de produção. Novamente, não precisa ser um dos modelos mais novos do mercado — normalmente, o computador ou laptop que você já possui é bom o suficiente. Apenas certifique-se de que ele tenha um sistema de CPU bem operante, armazenamento suficiente e memória externa, além de software de processamento gráfico adequado.

DAW da sua escolha

Uma DAW é o equipamento fundamental para produzir música. Simplificando, é a suíte de criação musical definitiva, seja um dispositivo eletrônico ou aplicativo de software usado para gravar, editar e produzir arquivos de áudio. Existem várias opções excelentes disponíveis para escolher qual DAW utilizar.

Por exemplo, o FL Studio, desenvolvido pela empresa belga Image-Line, tem sido a escolha preferida de Martin Garrix e também foi bastante popularizado por Avicii. A DAW é elogiada por ser fácil de usar para iniciantes e tornar a produção musical rápida e agradável.

Enquanto isso, grandes estrelas como Skrillex, Diplo e Deadmau5 têm usado o Ableton Live, que é considerado uma DAW incrivelmente poderosa, intuitiva e com alta qualidade sonora.

O Logic Pro é outra DAW popular usada por músicos como David Guetta, Calvin Harris e Armin van Buuren. O software, desenvolvido pela Apple, possui uma interface simples e amigável e oferece resultados profissionais e de alta qualidade.

Independentemente da opção que você escolher — entre essas três ou as muitas outras DAWs existentes — pesquise minuciosamente e familiarize-se com os recursos, prós e contras da ferramenta antes de investir nela. Muitos programas de software também oferecem testes gratuitos, que são uma ótima oportunidade para você obter uma experiência prática.

Dito isso, é importante reconhecer que qualquer DAW é capaz de criar boa música. Portanto, não fique travado por semanas tentando escolher a "melhor". Se você estiver em dúvida e se sentir sobrecarregado, pode optar por uma DAW mais barata. Quando ganhar mais experiência e conhecimento, poderá simplesmente mudar para outra.

Fones de ouvido

Mesmo que você tenha um computador de alto desempenho e o melhor software disponível, não será possível produzir música sem fones de ouvido de alta qualidade. Somente dessa maneira você poderá ouvir e analisar um arquivo de áudio em um ambiente controlado, o que proporciona uma reprodução de som mais precisa e clara. Isso, por sua vez, permite que você tome decisões mais precisas na mixagem de áudio.

Controlador MIDI

Um controlador MIDI é um tipo de dispositivo de entrada usado para enviar e receber dados MIDI (Interface Digital de Instrumentos Musicais) de e para um computador. Ele essencialmente permite controlar hardware ou software musical de maneira semelhante ao uso de um teclado ou mouse para controlar um computador. Embora não seja uma parte fundamental do seu kit de produção musical, ele tornará o processo de criação substancialmente mais fácil e menos tedioso.

Os controladores MIDI vêm em várias formas e modelos, como teclados, controladores de botões ou pads de bateria, e seus preços variam de cerca de US$ 60 a mais de US$ 300.

Tanto o design de som quanto a teoria musical desempenham um papel fundamental na produção musical. Enquanto o design de som se refere à arte de criar uma paisagem sonora desejada (usando uma variedade de ferramentas e técnicas), a teoria musical trata dos princípios da composição e criação de música.

No passado, já exploramos a questão de quanto de teoria musical um produtor de música precisa saber. Embora definitivamente não seja necessário dominar a teoria musical para se tornar um bom produtor, alguns elementos são bons de compreender para facilitar o seu processo de produção.

No geral, uma compreensão sólida de teoria musical e design de som ajudará você a construir progressões de acordes e melodias com mais facilidade, alcançar a expressão desejada nas faixas, tomar decisões mais informadas na composição musical, melhorar suas habilidades de audição e criar um estilo único como artista, entre outras coisas.

A música eletrônica abrange uma gama vibrante e diversificada de gêneros e subgêneros, o que pode ser avassalador ao decidir que estilo criar. Agora, não estamos insinuando que você escolha um estilo ou um gênero específico e permaneça com ele ao longo de toda a sua jornada como produtor. No entanto, focar em gêneros e estilos pelos quais você tem paixão pode proporcionar direcionamento nas fases iniciais antes de você desenvolver seu próprio som característico.

Se você está em uma fase onde ainda não tem certeza sobre o que gosta, ouvir todos os tipos de música eletrônica, explorar gêneros e descobrir novos artistas é uma ótima maneira de começar. Quando você encontrar alguns estilos de que gosta, pode se aprofundar em suas características e arranjos e aplicar esse conhecimento ao seu processo de produção.

Focar em gêneros e estilos específicos pode oferecer orientações valiosas ao começar a produzir música, mas é importante não se limitar. Na verdade, se restringir a um ou dois gêneros pode limitar suas habilidades, conhecimento e criatividade. Produzir música, especialmente no reino da música eletrônica, geralmente conhecida por sua estrutura não linear, oferece possibilidades infinitas para criar composições únicas e mágicas.

Para aproveitar ao máximo essas possibilidades, é vital que você abrace sua curiosidade, o que abrirá portas para a experimentação. Ter uma sede incansável e ilimitada por exploração e aventura musical é ótimo para ir além das fronteiras familiares e criar sons além da sua imaginação.

1. Domine sua DAW. Escolher uma DAW é o primeiro passo, mas aprender a usá-la é essencial. Como mencionamos anteriormente, qualquer DAW pode ajudar você a fazer uma música decente, mas apenas se você tiver as habilidades para usá-la.

2. Seja consistente e construa hábitos que o ajudem a crescer. A consistência é fundamental para fazer progresso contínuo e crescer como artista. Também é benéfico desenvolver hábitos que promovam seu crescimento e aumentem sua confiança. Esses hábitos podem incluir escuta ativa, educar-se regularmente por meio de leituras ou tutoriais, criar uma programação para si mesmo e definir metas mensais de progresso. É importante perceber que, embora você possa estar empolgado e motivado no início de sua jornada de produção, motivação e inspiração nem sempre estarão presentes. Nessas horas, a consistência pode mantê-lo avançando.

3. Colabore com outros artistas (se possível). Trabalhar com outros artistas e produtores, especialmente presencialmente, é uma ótima maneira de aprender algo novo, elevar suas habilidades e se expor a novas ideias e criatividade. Também pode ser muito divertido!

4. Treine seus ouvidos. Ainda não falamos sobre isso, mas seus ouvidos são uma ferramenta incrivelmente poderosa que pode determinar a qualidade da sua produção. Portanto, é importante treiná-los. Você pode praticar a escuta ativa e usar faixas de referência para ajudar, ou considerar a chamada "academia para seus ouvidos", para um treinamento auditivo adicional fornecido pelo SoundGym.

5. Equilibre o aprendizado e a prática. O aprendizado ativo é essencial para aprimorar suas habilidades e conhecimentos, seja por meio de livros relevantes, artigos, tutoriais ou cursos. Igualmente importante é passar tempo na sua DAW para aplicar o que você aprendeu. Encontrar um equilíbrio entre aprender e praticar é crucial para o seu crescimento como artista. Alguns sugerem uma divisão de 80/20 — passar 80% do seu tempo praticando e 20% aprendendo novos materiais — mas acreditamos que um equilíbrio ajustado às suas necessidades pessoais pode ser mais benéfico.

6. Você não encontrará tudo nos tutoriais. Focar na solução de problemas é crucial na produção musical. Com possibilidades infinitas para criar composições únicas e a grande quantidade de ferramentas e recursos em seu software, você inevitavelmente encontrará questões que os tutoriais não abordam. Abrace o desafio de descobrir por conta própria. Essa abordagem ajudará você a aprender mais rápido e, em última análise, a se tornar um produtor melhor.

7. No início, foque na quantidade em vez da qualidade. Para o aprendizado e aprimoramento de suas habilidades, é importante priorizar a criação de um grande número de faixas em vez de aperfeiçoar cada uma. Embora nem tudo possa soar ótimo, é mais benéfico para o seu progresso trabalhar rapidamente e finalizar seus projetos, independentemente da qualidade, do que passar semanas ou meses aperfeiçoando uma única faixa. Por exemplo, um erro comum de iniciantes é passar horas tentando encontrar o chute, aplauso ou hi-hat perfeitos. Essa forma de perfeccionismo, no entanto, pode levar à fadiga auditiva e retardar o processo de aprendizado.

8. Nunca apague seu trabalho. Você pode pensar que, como a qualidade não é o foco, o trabalho finalizado não tem muita importância, especialmente aquelas faixas iniciais ou que você não considera muito boas. No entanto, mesmo nessas faixas, você pode descobrir ótimas ideias que valem a pena revisitar no futuro.